Aquilo que na década de 1980, um jovem com 15, 16 anos estava começando a fazer, hoje os jovens fazem aos 12 ou 13 anos. Fique por dentro!

Não me considero uma psicóloga moderninha mas sim uma pessoa muito preocupada com o futuro dessa nova geração. Atualizar-se, rever seus conceitos, entender e aceitar que o mundo mudou, hoje não é uma opção, é uma necessidade. É muito importante que os pais e educadores estejam atentos ao desenvolvimento psicológico e social dos adolescentes.

Abaixo, relatarei a realidade de hoje, nua e crua:

Ao observar seu grupo de amigos, prestar atenção na proximidade com as drogas ou com o início da sexualidade, o adulto estará promovendo um momento de diálogo, de aproximação e de confiança. E isso é fundamental para um bom desenvolvimento emocional. Não adianta negar. O mundo em que eles vivem hoje, é completamente diferente do mundo que nós vivemos ou ainda do mundo de 10 (dez) anos atrás.

É enorme o número de jovens que já tiveram uma experiência homossexual na adolescência, seja beijando ou mesmo praticando sexo. E isso tem angustiado muito os próprios jovens. Isso não quer dizer que ele será futuramente um homossexual. Quer dizer que o mundo mudou, e que ele não está preparado para lidar com essa mudança. Neste momento eu lhe pergunto: se o jovem não está preparado, imaginem seus pais.

Algumas novas gírias, fique por dentro:

Atendi muitos adolescentes angustiados porque eram BV, na linguagem deles boca virgem, ou seja, nunca beijaram. BVL boca virgem de língua. Você está chocado? Prepare-se para saber muito mais. Essas são as novas gírias que aprendi nos últimos cinco anos. BL quer dizer boca livre. Ao contrario do que nós vivemos, quando boca livre era um tipo de festa em que podia-se comer e beber à vontade sem pagar nada, hoje BL significa que as bocas estão todas à disposição de quem quiser beijá-las em uma festa.

Principais angustias dos adolescentes e pré adolescentes no consultório: Muitos adolescentes ficam desesperados porque experimentaram uma droga e querem saber se estão viciados mas não tem coragem de conversar com seus pais. Até as drogas estão mudando, hoje além da maconha, cocaína, crack e álcool, temos a bala e o doce. A bala é o ecstasy e o doce é o LSD, duas novas drogas muito consumidas em baladas.

Foi muito triste para mim aceitar que eu precisava me modernizar e aceitar que o mundo mudou, e mudou pra pior. Mas ele mudou, e vocês, pais, educadores e responsáveis também precisarão se atualizar para ajudarem seus adolescentes a serem pessoas do bem. Eu não gosto dessa mudança, tanto quanto você, mas meu compromisso e responsabilidade me levaram a repensar meus conceitos. Daí a minha decisão em escrever este artigo. Pois é nosso dever ajudá-los a se tornarem adultos saudáveis e dignos, então, mão a obra.

É importante é ler muito, se aproximar do seu filho(a), ter um diálogo muito aberto e se necessário procurar ajuda profissional especializada.

Tem ficado evidente nos últimos anos que o mundo do século XXI gira muito rápido, a internet, as músicas de teor sexual e a televisão provocaram uma aceleração absurda nos adolescentes. De uma hora para outra eles começaram a ter acesso a absolutamente tudo, sem censura. Neste momento você me diz, mas eu sei o que meu filho olha na TV e no computador. E se eu te afirmar que não? Nas escolas, eles vêem o que as outras crianças trazem salvas em seus celulares e tablets, sem citar o facebook e whatsapp. Não tem saída. Já ví pré adolescentes compartilhando vídeos em escolas que os pais ficariam horrorizados.

A verdade é que se eles não estavam preparados para essa rápida evolução, se é que isso pode ser chamado de evolução, imaginem os pais, professores e escolas.

Nossa única saída é fazermos um intensivo de reciclagem: Determinadas situações estão ocorrendo cada vez mais cedo. Aquilo que na década de 1980, um jovem com 15, 16 anos estava começando a fazer, hoje os jovens fazem aos 12 ou 13 anos. Se você é um daqueles pais que acham que é cedo para conversar com o filho de doze anos sobre sexo e drogas. A questão é, ele está em contato com esses assuntos, quer queiramos aceitar ou não.

Nossa obrigação é informar e cuidar embora possa parecer uma intervenção precoce, Porque as coisas acontecem e não dá mais para fechar os olhos. Não dá para esperar que o filho tenha 15 ou 16 anos, porque aí pode ser tarde demais.