Os manifestos representativos na (ainda) actualidade estão excessivamente revisitados por oportunistas ocorrências domésticas e de mau feitio corporal, transbordando de imorais conveniências e benefícios para os seus protagonistas (e colegagem).

A indignação é elevada e as vozes têm-se feito ouvir.

Só não ouve quem não quer!

É, neste sentido de confraterna solidariedade, que se movimenta este texto, no registo contributivo para o reforço de meios que desinfectem esta patologia da justiça, salvaguardando todos os que se integram, oposicionalmente, à destruição das dignidades, igualdades e pluralidades.

Na salvaguarda do justo e do direito. 

É uma repreensão ao país, sim!

É uma repreensão à sobrevalorização do livre arbítrio, da coisa qualquer, da cultura do disparate e da incultura.

É uma repreensão causada pelas indignações e pela, estranha estranheza, onde e quando já nada deveria estranhar.

É uma repreensão pelas ofensas, pelos abusos, pelas indelicadezas, pelos absurdos, pelas violações, pelas incompetências, pelas leviandades, pelas imoralidades, causadas ao património ético, estético, humano, material, institucional e, igualmente, ao património da honra e futuro.

É uma repreensão porque se permitem e promovem movimentos, de legitimidades psicológicas duvidosas, nos territórios dos afectos colectivos, pela via de práticas contrárias às da nobreza da transparência e da honestidade.

Salienta-se, a título exemplificativo e infelizmente muito praticado, com um cariz de frontal indicador denunciador e punitivo, as nomeações de criaturas, alheias a qualquer acto de agência pública, para ocuparem lugares de directoria e similares, nalgumas instituições estatais, em momentos de ditas dificuldades financeiras, ou noutras quaisquer.

Criaturas que, desprovidas de qualquer currículo vivido ajustado à missão, são ornamentadas com adjectivações de conveniência, incluindo os de subalternidade aos verdadeiros vilões, para que voguem nesses lugares à luz de uma ridícula e baça virtualização.

É uma repreensão sim!

É uma repreensão pelos inúmeros e sangrentos lanhos ao direito e à justiça.

É uma repreensão acusatória aos rastejantes donos dos rastejantes e aos rastejantes, globalmente travestidos de sapiência e competência, tal e qual uma sela em cima de uma vaca, exibindo a plenitude da nulidade.

É uma repreensão ao incumprimento (sabe-se lá em que dia começa a semana e o fim-de-semana, para estes “virtuosos eleitos”!?) e à desobediência à decência e à equidade.

É uma repreensão aos abusivos e indevidos aproveitamentos dos regimes de excepcionalidade.

É uma repreensão, sim, pela epidémica e institucionalizada doença do carácter.

É uma repreensão porque há quem pense, sinta e ofenda.

Porque se permite cumprir e manter necessidades patológicas, num exercício narcísico de saliência psicológica burlesca e fúngica, manifestadas pela vergonhosa mendicidade ou corruptibilidade para um qualquer cargo ou poder, a um qualquer desrespeitoso custo?

Porque se colocam criaturas em cargos de directoria (ou outros), em determinados serviços estatais, chulando e empobrecendo o erário público, sem nunca terem dado nenhum contributo a essas mesmas instituições, nem nunca terem integrado esses mesmos serviços?

Para além da imoralidade salarial (proveniente do erário público), quem assume as responsabilidades (nunca apuradas!) jurídicas, psicológicas, éticas e económicas, pelo rasto de destruição efectuado e deixado, por estes figurantes?

O que dizer à seriedade e à honestidade, perante estes fenómenos tão característicos do patético e familiar caseirismo e da paupérrima forma de manipulação?

O que dizer, no registo da vergonha e da limpeza de feições, aos indivíduos que são, na sua grande maioria, de facto, as mais-valias da qualidade da coisa pública? Quer-se dizer que são inválidos e incapazes de, com o seu vencimento de devido (porque concursado) trabalhador público, dirigirem essa mesma instituição? Quer-se dizer que qualquer “burgesso ou burgessa”, bem apetrechados de mentiras, disfarces e incompetências (para além dos “famosos” cartões), que, nos intentos escandalosos e exploradores de quem neles e nelas mandam, sendo estranhos às instituições, estão apetrechados de qualificações superiores às dos outros, estes, elementos intrínsecos à casa pública? Sublinha-se, igualmente, que esta desgraça também habita no interior deste prédio, sendo os exemplares candidatos e disponíveis à função em causa, os mais propensos às vocações da dogmática religiosidade para assumirem as rédeas dos comandos. Resguarda-se, certamente, as justas, mas escassas excepções.

Espera-se, em bem terapêutico, que muitos aqui se vejam e/ou se revejam!

Enfim!

Haja vergonha por tantas ofensas ao património público.  

Haja vergonha por tanto logro e tanta farsa.

Haja vergonha por esta infecção nacional.

Haja (duvidosa esperança) cura, ou no mínimo algum alívio, para esta portugalite!

Bem-haja a ode aos eleitos nobremente sufragados pelos pares.

Bem-haja a nobreza da honra e da honestidade que nunca alguém conseguiu travestir!

Esposende, 26 de Setembro de 2015