Neste artigo é apresentado o caso clínico de uma paciente de 10 anos com sintomatologia ansiosa, detectada após ter sido administrado o ISRA-J. A intervenção levada a cabo neste caso foi orientada segundo a perspectiva cognitivo-comportamental e teve a duração de 12 sessões com periodicidade semanal.

O principal motivo que a paciente apresenta quando procura a consulta é o alto grau de ansiedade que manifesta perante situações de avaliação, como é o caso dos testes. Adicionados à sua falta de motivação e à sua baixa auto-estima, estes constituem os principais factores desencadeadores do fracasso escolar.

A problemática atinge o seu mais alto grau de intensidade quando é apresentada a possibilidade de repetir o ano devido ao seu baixo rendimento académico, desencadeando-se, assim, a seguinte sintomatologia ansiosa: começa a sentir-se muito nervosa na noite antes de um teste, tendo dificuldade em adormecer, e apresenta pensamentos de carácter negativo acerca da nota a obter no teste em questão, piorando no momento antes do teste, no qual a cliente diz “ficar em branco”.

São diversos os objectivos terapêuticos que se colocam no âmbito de uma posterior intervenção. Entre estes, podemos destacar os seguintes: diminuição das respostas cognitivas, fisiológicas e motoras de ansiedade; incremento da auto-estima e da motivação; eliminação dos comportamentos de evitação face aos exames; melhoria do rendimento académico.

Foram utilizados, enquanto instrumentos e técnicas de recolha de informação, o STAI-C de Spielberger e o ISRA-J de Miguel Tobal e Cano Vindel, para além da informação recolhida através de auto-registos e entrevistas clínicas.

Os resultados obtidos revelam a elevada eficácia das técnicas de carácter cognitivo-comportamental no tratamento da ansiedade face a situações de avaliação.