Texto centralizado no levantamento da subordinação de alguns grupos sócio-populares, com necessidade de obras de acabamento (encruados), estas que são, acriticamente, psicológicas.

Reinventam-se em aglomerados de referência, integrando-as de todos os jeitos, pelas vias das linguagens e suas artimanhas de representatividade.

Serve esta (linguagem) como facilitador da uniformização para o apreciado empacotamento nas referências, à mercê das banais e pálidas aspirações dos praticantes.

Neste registo, a linguagem assume a sua clássica categorização de material projectivo avaliável, mas também de satisfação ao cenário do rebanhismo a que se sujeita.

Gentes em cru…!

Valores invertidos ou outros.

Que desígnios?

Retrato de figura ou de fundo?

 

O gene da incompetência.

O (gene do) aproveitamento da incompetência.

O sofrimento institucional.

A fixação…

A mineralização…

A solidificação nacional.

A involução.

A incivilidade.

A castração.

Os disfarces.

A imperiosa e letal força dos disfarces.

… lusos bigodes e colares aos peitos… ou o impulso para…!

Quanto mais miserável for o país… maior é a dívida social.

Quanto maior for a dívida social, mais se evidenciam as afrontas.

Gentes… Encruadas!? Inacabadas!?

Romances…

Poemas…

Existentes…

Publicados…

Viciados em lucro (do gratuito até ao outro)…

Romances e poemas encruados, encurralados como gentes…!?

Para além (e…aquém) do século passado, este HOJE parece ser dolorosamente eterno…! Adendando (extrapolação dos escritos para as gentes, subentendido…!) a: “Existem romances imperdoáveis, quase todos os romances contemporâneos são imperdoáveis. Como é imperdoável a maioria dos poemas portugueses deste século. A bem dizer não há nada.” – Herberto Helder, 1930-2015, Funchal/Portugal e publicado em 4/Dezembro/1990, no jornal Público.           

Imperdoáveis…?

Gentes inacabadas…

Gentes encruadas, encurraladas…

Gentes incompletas…

Gentes engelhadas… epidémicos engelhos…!

Gostam e existem em torno de… las vedettes (expressão franco-hispânica… mas de lusitano fabrico e criação!)… os adornos e enfeites, de qualquer tipo ou material, desde que as/os façam sobressair, encharcadas/os nas vaidades do mais básico narcisismo.

A cultura (jeitinho) do falso, do copiado, do vidro barato exigindo-se cristal.  Existe… como fungalhada cega e promiscuamente em reprodução…!

A cultura do imediato, do circunstancial, do desenraizado (ainda que enraizado no desespero da narrativa), existe em parasitada epidemia, num processo de auto-valorização e, desastrosamente, valorizada. Existe… como fungalhada cega e promiscuamente em reprodução…!

Existe… como fungalhada cega e promiscuamente em multiplicação…!

Jeitinhos introjectados, interiorizados, internalizados, abocanhados (acriticamente valorizados) por criaturas que se primam em clonados que desbotam vidas, alegrias e ambientes.

Criaturas fedendo a ciúme, a inveja e incompletude, mendigas de um qualquer lugarito (imagético de importância, que seja…!) de enlevo vendável e visível.

Num qualquer delírio de grandiosidade que assuma a sensação de completude, ainda que apenas momentaneamente… (dose do tóxico, para a dependência do momento).

É a doença na sua plena exibição.

É a doença do carácter e do infeliz.

É a mania.

Pois é a cultura… de (MUITAS E MUITOS) certas moças e moços, destas lusas praças, que, por treino, se espojam pelos ares da competência e descontração, sentindo-se arrasantes de espontaneidade e criação.

Criaturas que esgotam, esvaziam, castram e banalizam significantes que, por azar ou ironia, caiem nas (des)lexicais bocas destas personagens. E repetem, repetem, repetem…copiam, clonam, plagiam, reproduzem formatos como moscas no eterno cio abestalhado.

Criaturas…

Acrítica e apaixonadamente submissas às imitações… lambuzam-se em…

Clichés

Pregões…

Malfadados… paralisantes COISAS verbais, não-verbais e outras.

Infortúnios…!

Ficaram em cru…

Existem (e exigem) em cru…

Não levedaram…

São dizeres manifestos que enfeitam (escondendo o motivo)…

Dizeres… que não auguram coisa boa…!

Que traduzem, estes emblemas e formatos de emblemas?

Que espelham, no cenário da qualificação, competência e personalidade(s)?

Que espelham…estes formatos de linguagens?

Que espelham estas banalidades, primarismo, refúgios e inacabamentos?

 “…Matéria a ser discutida em sede própria…”…! Banal cliché(zito), designação que fede a léguas, tão comum nas lides partidárias, quando a fuga é imperiosa…! Tão usada, predominantemente, por políticos alheios aos factos e desprovidos de dotes predicados de relevância psicolinguística.

Há também as/os pequenas/os decoradoras/es que conseguiram avacalhar a mais simples (ou complexa) jarra com ramos de verdura, que se passou a chamar “aquele elemento verde faz toda a diferença”…!!!

A não esquecer, as criaturas das televisões que, exaustivamente, arraialam todo o tempo de antena com a lamúria dos números de telefone, em alusão ao consumismo. São os peritos/as na arte da papagueação…repetem, repetem, repetem…!

Outra clonagem é a conduta (superiormente) vocal de muitos elementos da, entre outras, igreja católica (padres e satélites), mais parecendo locutores, constipados, de rádio de anos retrógrados.

Aparecem também, em quantidade tóxica, os moçoilos e as moçoilas (já bem longe, a maioria, das ditas idades casadoiras) do mundo dos trapos. Vulgo modistas e costureiras, dizem-se estilistas e criadores de moda…já também doutores e doutoras. Nestes o “conceito” é o cerne da linguagem. Têm-no tatuado nas cordas vocais. Aqui, o “conceito” é qualquer coisa que cada um ou uma, arbitrariamente, tenha feito. É uma questão de demarcação e sobrevivência em linguagem.

A adicionar, igualmente, os adeptos da indústria titular, comummente enraizada nas lides académicas. Evidenciam-se os inventários de títulos de obras (raramente lidas), autores e citações. São os pregões necessários à decoração dos academismos, em franca expansão epidémica.

Enriquecem, esta procissão, os andores dos que prefixam tudo. Tudo o que seja adjectivo (ultrapassando, até, os devidos superlativos), substantivo,…, tem direito à prefixação, dependendo do ânimo circunstancial da criatura. São os “mega”, os “híper” (mercados?), os “super” (também mercados?)…ofuscados prefixadores de tudo o que sai pela boca, em forma de linguagem. Quase sempre sentem-se (dizem) mega-realizados mas híper-cansados…!

Quanta aflição neurotizante…

Quanto olímpico desespero…

Quanta perturbação dos afectos…

Quanto encruamento…

Vulgarmente, são gentes propensas à DEPRESSÃO e a VIAGITE. De referir que uma viagite é uma magnífica inflamação na e pela Viagem. Estas são as duas maleitas que assumem o cariz de transversalidade a todas estas criaturas (sem limites de idades). A primeira – a depressão – aparece quando eles e elas querem. A segunda – a viagite – já não funciona bem assim, como a primeira. E, já não é bem assim, porque o dinheiro não abunda parta alimentar e infecção. Contudo, há sempre a possibilidade de se fazerem convidados/as, ou cravas de alguém para alombar com os custos. Às vezes têm sorte…!

Que espelham estas banalidades, primarismo, refúgios e inacabamentos?

Espelham…!!!

Infecções na criatividade…

Infecções na genuinidade…

Infecções na humildade…

Maleitas nos feitios…

Maleitas dos feitios…

Maleitas nos jeitos…

Maleitas dos jeitos…

Mendicidade de protagonismos e de seres…

Feitios de corpo e de alma…

Linguagem e pensamento? Pela imponderação, não é evidente…!

Linguagem e emoção?  Até pode, em impulso…!

Linguagem e psico(pato)logia dos feitios e das essências? Vivido, sem crítica…!

LINGUAGENS de…

…almas ENCRUADAS…!