O presente trabalho pretende explorar as concepções dos professores do 1.º ciclo do Ensino Básico sobre a dislexia e compará-las com o que a investigação tem dado a conhecer. Participaram neste estudo 20 professores. Construiu-se um questionário de auto-resposta com questões abertas e fechadas. Os resultados mostram que 45% dos professores já lidaram com casos de dislexia formalmente diagnosticada e que apenas 15% reporta ter formação específica na área. O principal motivo indicado para a não realização da formação é a falta de oferta (13 ocorrências). A dislexia é definida como uma disfunção da leitura e/ou escrita (7 ocorrências), e/ou como uma disfunção de base biológica (8 ocorrências), cujo principal sinal indiciador são as dificuldades na linguagem (23 ocorrências). Todos os docentes consideram não haver relação entre a dislexia e a inteligência. Contudo, 80% dos professores refere que a dislexia condiciona o progresso escolar da criança. Quanto às dificuldades dos disléxicos, salientam-se as da leitura e as da escrita com 20 e 19 ocorrências, respectivamente. O psicólogo surge como o profissional mais referido para encaminhar um aluno com eventual dislexia (13 ocorrências). Em termos de acções pedagógicas, as adaptações aos alunos são as mais apontadas (14 ocorrências). Verificaram-se pontos de convergência e algumas lacunas nas concepções dos professores em relação ao conhecimento científico actual.

Palavras-chave: Dislexia; 1.º ciclo; professores; concepções; actualidade científica