O intuito deste trabalho foi o de construir um modelo interpretativo do papel parental de pais de crianças com perturbações do comportamento. Os participantes deste estudo foram 4 professoras do ensino básico; 3 mães e uma avó de crianças entre os 6 e os 11 anos de idade, com perturbações do comportamento. Foram efectuadas entrevistas semi-estruturadas, codificadas e analisadas segundo o método Grounded Theory. A inexistência de um projecto parental que sustente na prática a educação de um novo ser, é comum aos progenitores destas crianças. Esta falta de estrutura psicológica e incapacidade de pensar desencadeiam inconstância parental; sentimentos de necessidade de compensação ou in extremis negligência parental, o que resulta em estado de insegurança, comum a todas estas crianças e se observa em comportamentos de oposição; desrespeito e agressividade numa tentativa de chamar as atenções sobre si, manifestando desta forma, aparentemente desajustada, o desconforto e falta de colo afectivo.