A sexualidade é um fenómeno que acompanha toda a ontogénese, ou seja, desde o nascimento da criança até à velhice e morte. Sabe-se ainda que, em vida intra-uterina, o feto experimenta sensações sexuais, tal como excitação e toque involuntário nos órgãos genitais. A primeira infância é também um período de descobertas sexuais e sexualidade. A descoberta do seu órgão sexual, posteriormente a descoberta do outro e do seu órgão sexual, faz parte de um desenvolvimento psicossexual saudável. O desenvolvimento psicossexual atípico surge, maioritariamente, em crianças que foram sexualmente abusadas numa fase muito precoce. Este trauma condiciona toda a sua conduta sexual futura, quer por inibição, quer por extroversão. Actualmente, as instituições de acolhimento temporário de crianças e jovens, reúnem vários indivíduos cujos motivos de institucionalização diferem. Os principais motivos, segundo recentes estatísticas, são: a negligência, os maus-tratos psicológicos e físicos e os abusos sexuais, praticados, em grande número, pelos progenitores, familiares ou amigos íntimos. Vários autores interessaram-se pela prática sexual de crianças instituicionalizadas, provando que existe uma elevada correlação entre práticas sexuais precoces, a puberdade precoce, as práticas homossexuais e a promiscuidade sexual.