A urbanização, a industrialização e a globalização têm vindo a ocorrer em quase todo o Mundo e estão associadas a mudanças no comportamento alimentar. A sociedade actual é cada vez mais exigente e, embora vigore uma democracia de pensamento e de ideias em muitos países, a verdade é que também se generalizam padrões e se impõem sentidos estéticos de belo e do aceitável. Na perseguição de uma imagem corporal ideal, algumas pessoas sujeitam-se a sacrifícios e dietas, ingerem medicamentos, fazendo depender a sua auto-estima de um padrão estético idealizado. Ao reflectir sobre a importância da nutrição na adolescência, pode-se constatar que algumas perturbações alimentares, nomeadamente a anorexia nervosa e a bulimia nervosa, nesta faixa etária, são problemas psicopatológicos sérios que afectam principalmente as mulheres jovens, sendo o seu aparecimento cada vez mais precoce. Este trabalho irá incidir sobre a Anorexia Nervosa, uma vez que é considerada uma doença crónica de longo curso. Está frequentemente associada à incapacidade ou à ameaça de complicações graves que podem reduzir, consideravelmente, a qualidade de vida e o bem-estar psicológico dos jovens doentes portadores desta enfermidade. Neste sentido, o objectivo central deste trabalho será a compreensão aprofundada da problemática em questão e analise reflexiva dos pontos que perspectivamos cruciais, de forma a termos juízo crítico nesta temática que tanto tem inquietado os profissionais de saúde, psicólogos, familiares, pares e principalmente o sujeito em questão. Numa primeira parte, do trabalho serão contextualizados alguns conceitos inerentes à adolescência, resgatando a história do processo de crescimento e desenvolvimento do adolescente. Numa segunda, parte faremos uma exposição da patologia mencionada e de forma sistematizada a evolução histórica da mesma. Durante esta parte, também serão descritos os critérios de diagnóstico e respectivo diagnóstico diferencial, os dados epidemiológicos e aos factores de risco determinantes para o aparecimento e evolução da patologia. Numa terceira e última parte concluiremos sobre o trabalho reflexivamente, ponderando sobre o assunto em análise.