Este artigo pretende discutir algumas questões relacionadas ao uso de métodos qualitativos e quantitativos, em pesquisa social na área da saúde pública. A atual discussão sobre os benefícios e desvantagens dos diversos métodos de pesquisa social desenvolvidos na área da saúde pública requer um exame muito atento acerca de alguns problemas relacionados à integração entre as perspectivas qualitativa e quantitativa. O debate e a contraposição freqüentemente registrada entre as duas abordagens não são novos, nem particulares do campo das ciências sociais aplicadas à saúde. As correntes positivistas e neopositivistas definem como científicas somente as pesquisas baseadas na observação de dados da experiência e que utilizam instrumentos de mensuração sofisticados; afirmam que os métodos qualitativos não originam resultados confiáveis. Por outra parte, os teóricos qualitativistas sustentam que os quantitativistas, na medida em que não se colocam no lugar do sujeito, não realizam investigações válidas. Desse modo, ao apresentar algumas questões relacionadas ao uso de métodos qualitativos e quantitativos em pesquisa social na área da saúde pública, apontando, como objetivo, algumas estratégias que possibilitem a integração desses métodos. Busca-se uma integração entre recursos metodológicos de natureza quantitativa e qualitativa, ao apresentar considerações teóricas de diferentes autores como Lazarsfeld & Barton, 1967;Wallace, 1971; Boudon, 1979; Reichardt & Cook, 1979; Minayo & Sanches, 1993, entre outros, que têm trabalhado para superar esta contraposição, sem renunciar a evidenciar as características e as contribuições de cada abordagem.