O presente trabalho visa debruçar-se sobre a intervenção precoce junto da criança e da sua família, e as suas formas de atuação. A intervenção precoce, trata-se de um serviço prestado por um conjunto de técnicos (de formação diferenciada) que visa uma intervenção de natureza socioeducativa e terapêutica junto de crianças (dos 0 aos 6 anos) cujo desenvolvimento se encontra comprometido, ou em risco de o ser. Esta intervenção com crianças, parte do princípio que quanto mais cedo se fizer a deteção de caso, mais facilmente se evitará a cristalização ou o agravamento dos problemas da criança, da estrutura familiar e da comunidade. A intervenção precoce dá assim atenção não só à criança, mas também aos vários contextos de socialização e de educação, como a família, o jardim de infância e/ou outros. De facto, uma intervenção precoce não se centra na criança como um ser individual, mas sim como fazendo parte de um sistema onde se insere, pelo que uma intervenção a este nível centra-se sobretudo na família. O processo em torno da intervenção precoce, inicia-se pela sinalização do caso, que pode ser detetado pelos pais, educadores, ou outros, e que resulta posteriormente na intervenção, podendo ser desenvolvida através de uma intervenção familiar sistémica-ecológica, da terapia psicodinâmica, da terapia cognitiva-comportamental, e da intervenção em rede transdisciplinar.