Os benzodiazepínicos foram amplamente prescritos no tratamento dos transtornos ansiosos durante toda a década de 70, por se afigurarem como uma opção segura e de baixa toxicidade. A empolgação inicial deu lugar a preocupação com o consumo ao final da mesma década: pesquisadores começavam a detectar potencial de uso nocivo e risco de dependência entre os usuários de tais substâncias. Atualmente, os BDZs ainda possuem indicações precisas para controlo da ansiedade(transtorno ansiedade generalizada,sindrome do panico, entre outros..) e como tratamento adjuvante dos principais transtornos psiquiátricos, mas continuam a ser prescritos de modo indiscriminado e abusivo, tanto por psiquiatras, quanto por médicos de outras especialidades. Estima-se que 50 milhões de pessoas façam uso diário de benzodiazepínicos. A maior prevalência encontra-se entre as mulheres acima de 50 anos, com problemas médicos e psiquiátricos crônicos. Os benzodiazepínicos são responsáveis por cerca de 50% de toda a prescrição psicotrópicos. Atualmente um em cada 10 adultos recebem prescrições de benzodiazepínicos a cada ano, a maioria desta feita por médicos clínicos gerais. Calcula-se que cada clínico tenha na sua lista 50 pacientes dependentes de benzodiazepínicos, metade destes gostariam de parar o uso. No entanto, 30% pensam que o uso é estimulado pelos médicos. A mortalidade nos dependentes de benzodiazepínicos é 3 vezes maior do que na população geral, no entanto, não se observa aumento significativo da mortalidade em pacientes dependentes de benzodiazepínicos quando comparados com pacientes com similar grau de morbidade.