Este trabalho é uma reflexão acerca de um fenômeno que ocupa grande parte da nossa sociedade contemporânea, o gozo do olhar, pelo referencial da Psicanálise. O texto tem o objetivo de estabelecer uma relação entre os conceitos "pulsão escópica" e "gozo escópico" a partir de uma leitura sobre a presença e a importância do olhar na constituição da subjetividade humana. Pretendemos focar nossa leitura no olhar do sujeito que busca por esse gozo escópico. Partiremos da exposição do Dr. Gunther Von Hagens que consiste numa exposição de corpos e órgãos humanos reais e sem vida, preservados através de um processo de polimerização. Deste processo, resulta uma interrupção definitiva dos processos de putrefação e rigidez no corpo, o qual possibilita fixá-lo em poses que lembram o corpo vivo. Sobretudo, o que se expressa na exibição destes cadáveres é que proporciona o prazer de olhar para a morte. Nosso percurso parte de uma exposição bizarra, porém artística, e desemboca no espetáculo do real com a exposição de um trecho de reportagem da revista “Época”, edição 545, que relata o “Caso Eloá”. Neste trabalho destacamos o olhar incansável do “especta-dor” que goza com as imagens que são oferecidas pelo Outro da mídia. Mostraremos que não há mais espaço para a representação e sim a presença do objeto, no real do corpo e no umbral da morte.