Existe um claro consenso sobre a frequência com que se inicia a perturbação obsessivo-compulsiva (POC) na adolescência e inclusivamente na infância.

Contudo, existem poucos estudos que façam a descrição clara da sua psicopatologia e clínica, aspecto ainda mais importante nas crianças devido ao facto de, na infância, serem normais os comportamentos repetitivos. Por esta razão, devemos clarificar as formas clínicas que estas perturbações podem apresentar na infância e adolescência para ser possível um diagnóstico preciso e uma intervenção mais pertinente.

As formas clínicas são geralmente:

a) comportamentos obsessivo-compulsivos tanto nos transtornos psicóticos como nas formas de deficiência cognitiva. Em ambos os casos bem como na clínica propriamente dita ou como “saída” obtida pelo tratamento psicoterapêutico ao qual a criança foi submetida.

b) Perturbações com componentes ansiosas tipo obsessivo-compulsivo, entre os quais temos a reactividade ao stress, “tiques” e a perturbação obsessivo-compulsiva propriamente dita.

c) Ideias obsessivas presentes nas perturbações afectivas, associadas a,

d) Associados a perturbações alimentares, ao Síndrome de la Tourette, a perturbações somatoformes e/ou a perturbações fóbicas, um aspecto fundamental já que no caso das crianças existe uma importante confusão e sobreposição de ambas as perturbações.

Apresentam-se, ainda, casos paradigmáticos de cada uma das apresentações clínicas consideradas.