A sociologia da família fornece-nos dados sobre os “novos modelos familiares”, os quais constituem hoje uma realidade estatística.

A experiência clínica traz à sala de terapia (confrontando-nos, terapeutas familiares, com as contradições subjacentes) os princípios legitimadores da igualdade entre os sexos e as práticas quotidianas que originam muitos dos conflitos da actualidade (como a violência doméstica).

Nesta comunicação tenta-se demonstrar a necessidade de utilizar uma “lente” mais ampla para analisar e ter em conta as mudanças estruturais e uma “lente” mais reduzida para perceber os problemas e conflitos que as referidas mudanças implicam para o papel de pais, homem e mulher, estilo de educação parental, etc.

Recorrendo a um caso clínico, analizar-se-ão alguns dos elementos que propiciam a crise do patriarcado e as consequências da mesma:

- Uma mulher, no seu papel de mãe, que redefine a sua identidade em oposição directa ao patriarcado;
- Um homem, no seu papel de pai, que foge dos velhos arquétipos e que procura um novo estilo de ser pai;
- Uma relação conjugal, que enfrenta o desafio inerente à negociação entre iguais, onde a instabilidade é a norma uma vez que as razões para se manterem juntos são exclusivamente emocionais.