A análise do comportamento é parte integrante da biologia evolutiva, já que só a teoria evolutiva pode explicar as origens do comportamento e a análise deste segue os mesmos modos de explicação da teoria evolutiva.

As semelhanças entre a modelagem operante, evolução cultural e evolução genética surgem apenas à luz de um conceito geral do processo de evolução. Qualquer processo evolutivo é composto por três elementos: variação, repetição e selecção.

A variação significativa a nível evolutivo ocorre entre variantes substituíveis dentro de uma “pool” (“charco”). Estas variantes são definidas pelas diferenças nos seus efeitos ambientais. Apesar da metáfora da duplicação caracterizar a recorrência na evolução genética, a replicação é apenas um tipo de recorrência. Na evolução cultural e operante, mecanismos como o controlo e a indução de estímulos são responsáveis pela recorrência das variáveis. A selecção ocorre quando a recorrência é diferencial. As diferenças ao nível dos efeitos ambientais produzem diferenças na recorrência, e essas diferenças afectam por feedback a composição das variáveis da “pool” de variantes.

Este ponto de vista geral acerca do processo evolutivo permite clarificar a distinção entre as explicações aproximadas e as explicações definitivas do comportamento. Quer a evolução genética, quer a cultural, quer a operante, todas elas admitem esta distinção, na medida em que todas distinguem os mecanismos vantajosos de uma história de condições vantajosas. As explicações aproximadas lidam com a ?expressão? das variantes, enquanto as explicações definitivas lidam com o feedback advindo dos efeitos ambientais nas frequências das variáveis na “pool”. Os três processos evolutivos poderão ser vistos como encaixados uns nos outros: a evolução cultural com a evolução genética, e a evolução operante com a evolução cultural. Para uma compreensão mais complexa do comportamento humano será necessário construir seis tipos de explicações: explicações aproximadas e definitivas em todos os três processos.