Este artigo apresenta uma revisão crítica da “Pirâmide de Necessidades de Maslow” e do seu modelo de personalidade de auto-actualização.

A definição deste último conceito revela-se bastante confusa, sendo a gratificação das necessidades insuficiente para explicar a auto-actualização. Assim, a teoria é reconstruída com base numa moldura cognitiva-sistémica de segunda ordem.

A hierarquia de necessidades básicas deriva da urgência das perturbações que um sistema autónomo tem que compensar de modo a manter a sua identidade. Esta hierarquia engloba necessidades de homeostase, segurança, protecção, feed-back e exploração. A auto-actualização é redefinida como a capacidade percebida de satisfazer estas necessidades básicas no tempo devido.

Esta competência possui três componentes: material, cognitiva e subjectiva. A incompetência material e/ou cognitiva durante a infância criará uma incompetência subjectiva, a qual, por sua vez, inibirá o desenvolvimento futuro da competência cognitiva e, logo, da auto-actualização.