O objectivo deste estudo consiste em explorar as condições sob as quais perguntas repetidas poderão influenciar o desempenho em termos de memória. Foram levadas a cabo entrevistas individuais com crianças de 5 e 7 anos de idade após estas testemunharem um acontecimento encenado. Estas entrevistas recorreram a um teste de evocação livre e a um questionário de questões abertas (algumas das quais repetidas na entrevista). Algumas crianças foram avisadas da possibilidade de se repetirem algumas perguntas.

Verificou-se que os sujeitos mais velhos tiveram mais sucesso em ambos os formatos das questões - abertas e fechadas. Observou-se também que a evocação em ambos os grupos melhorou após o segundo questionário com perguntas abertas, enquanto que o rigôr das respostas se deteriorou um pouco ao longo da repetição das questões fechadas.

Com base nestes dados poder-se-á concluir que se se repetirem perguntas fechadas numa entrevista a uma testemunha, isso poderá conduzi-la a considerar incorrectamente que a sua primeira resposta estava errada. Contudo, os dados obtidos apoiam a utilização do interrogatório repetido como uma forma de obter mais informação para além das questões de resposta aberta.