Utilizando a Psicologia Analítica como embasamento teórico, este artigo tem por objeto situar a experiência da maternidade (biológica ou não), como uma possibilidade de avanço no processo de individuação feminino. Para que, transformação, crescimento e maturação sejam possíveis, é fundamental que a mulher tenha consciência das mudanças internas que acompanham este processo e vivencie a experiência de forma positiva, o que implica na aceitação da introversão, crise e ambigüidade que envolvem este duplo nascimento: o da mãe e o do filho. A experiência da maternidade será abordada sob o aspecto simbólico, como um rito de passagem da “mulher filha” para a “mulher mãe”, quando se faz necessário o sacrifício da filha para que nasça a mãe. Assim, o processo de individuação será abordado como um movimento em direção à totalidade, através de uma integração de partes conscientes e inconscientes da personalidade feminina.