Os modos de gestão taylorista/fordista e toyotista, e a flexibilização dos direitos trabalhistas engendrados pela reestruturação produtiva, trazem uma nova forma de gerir recursos humanos, com maior controle e imposição de metas. O ambiente escolar sofreu igualmente os impactos dessa reestruturação produtiva. Há um maior controle sobre as atividades docentes, tanto em relação à forma de ministrar aula quanto aos conteúdos ensinados e às formas de avaliação. Essas novas condições de trabalho podem propiciar a prática do assédio moral, um processo de violência psicológica contra o professor, que ameaça seus direitos humanos fundamentais. Logo, com esse rígido controle sobre seu trabalho somado às exaustivas jornadas de trabalho crescem as taxas de absenteísmo docente, cujas causas são, dentre outras, a síndrome de burnout. Estima-se que 15% dos professores sofrem dessa síndrome – um transtorno relacionado ao trabalho, causado por estresse laboral crônico – cujos sintomas são: a baixa realização profissional, a exaustão emocional, e a despersonalização, que aparece na forma de endurecimento afetivo e falta de empatia. O presente trabalho investiga qual a relação entre reestruturação produtiva, assédio moral e a incidência da síndrome de burnout em professores e seus impactos jurídicos e sociológicos.