Hoje, em minha reflexões quotidianas, quero falar da importância do exercício profissional das categorias que envolvem os profissionais de Educação e Saúde. São estes profissionais, os suportes sociais, na continuidade da formação educacional e dos cuidados preventivos da saúde de nossos filhos.

Se de facto queremos uma futura população jovem, bem nutrida, saudável, responsável, ética e compromissada, devemos, hoje, nós adultos, detentores de saberes especializados, sermos os modelos e gestores na conduta diária, actuando de forma unida, com postura ética, como formadores de opinião e gestos sociais politizados.

Com esta introdução quero partilhar convosco minha experiência profissional de profunda consciência social politizada e, que a distância não nos impede de continuarmos exercendo no poder de decisão politizados em favor dos nossos cidadãos. É facto que a Psicologia no Brasil está, no meio social, muito bem desenvolvida, integrada e actuante. Desde a época dos anos iniciais de faculdade, participava de todo e qualquer evento que nossa categoria desenvolvia no meio social. Como nas Escolas, Comunidades de Bairros, Sem-tectos, Conselhos Tutelares, Sistema Prisional, Conferências da Assistência Social Estadual e Municipal (fui Presidente da Secretaria de Assistência Social Municipal de Comodoro -MT, por dois anos; Secretária Municipal de Educação em Campos de Júlio -MT, por seis meses, Psicóloga pioneira nos Postos de Saúde Pública de Comodoro, Campos de Júlio e Sapezal -MT, respectivamente: 7 anos e cinco meses, 1 ano, 6 meses.) Muito me orgulho de olhar para trás e ver o quanto pude contribuir para com a formação de futuros cidadãos politizados.

E mesmo hoje, vivendo em Portugal, continuo contribuindo para com uma acção e interacção profissional psicológica actuante junto às bases iniciais da nossa sociedade brasileira: as Escolas publicas, onde também exerci a função de professora. Facto que muito me honra e, é digno de nota partilhar até para que possa estimular e motivar outras comunidades e categorias profissionais, a reflectir e repensar vossas actividades e intervenções quotidianas, no contexto social presente. 

Recebo, mensalmente, correspondências de todas as actividades político sociais que a categoria profissional dos psicólogos do Brasil vem desenvolvendo, porque continuo integrada na Ordem dos Psicólogos de lá, que é denominada Conselhos » CFP - Conselho Federal de Psicologia com sede em Brasília, capital do Brasil e, Conselho Regionais, no meu caso CRP-14 -Conselho Regional de Psicologia da Décima Quarta Região -MT; e, que por sua vez, vem tramitando no Congresso Nacional um Projecto de Lei - “PLC 060/2007,  que dispõe sobre a prestação de serviços de Psicólogos e de Assistentes  Sociais nas Escolas Públicas de Educação Básica, (séries iniciais da escolaridade  de nossas crianças),  que será apreciado pelo Plenário do Senado Federal.” 

Recebi um e-mail do CFP BR.(Conselho Federal de Psicologia Brasileiro) intitulado “APOIO AO PLC 060/2007”, que é Um Projecto de Intervenção e Ampliação dos Serviços Prestados às Comunidades Escolares, juntamente com a Categoria do profissionais Assistentes Sociais, solicitando-me votar e remeter aos respectivos Senadores, com uma carta apresentando-me o texto, onde uniram-se Psicólogos e Assistentes Sociais brasileiros em prol de justiças social para com as crianças que estudam em escolas públicas brasileira.

Facto que, na minha opinião, é um gesto nobre de um profundo impacto social a médio longo prazo e, que por sua vez demonstra a importância da união de categorias profissionais que prestam serviços directamente aos cidadãos comuns necessitados. Que por outro lado também beneficia as próprias categorias profissionais, na inserção social dos profissionais, no seu digno exercício laboral, ampliando e oportunizando novas frentes de trabalho.

E para referenciar o quão importante é um gesto profissional consciente de suas responsabilidades politico-sociais, apresento-vos o conteúdo das respostas dos seis e-mails que me foi atribuído, enquanto pertencente a categoria, repassar a seis Senadores, e, que por sua vez os Senadores receberam e me responderam, como segue:

“Subject: RE: Dra. Gelci Nogueira - Porto – Portugal enviou o manifesto APOIO AO PLC 060/20 » Vou atender ao apelo de sua mensagem. Considero relevante a prestação de serviço de psicologia e de assistência social nas escolas públicas de educação básica. Por isso votarei aprovação do projeto. Cordialmente, Álvaro Dias, Senador. 

» “ Conte com meu apoio! Um cordial abraço, Senador Marconi Perillo”. 

» “Acuso recebimento de sua mensagem electrónica e informo que estou atento ao assunto. Cordialmente, Senador Sérgio Guerra.”

» “Agradecemos o contacto e a confiança no trabalho que estamos realizando. (...). Conte com nosso apoio quando o projecto for a votação, pois com toda certeza os profissionais de Assistência Social e de Psicologia são muito importantes para a educação de qualidade que queremos. (...). Paulo Paim, Senador.

» “(...),   quero tranquilizá-la e aos demais companheiros, que o posicionamento do Senador Nery estará sempre em defesa e votando favoravelmente às matérias de interesse do povo, (...). Conte com o Senador José Nery. Atenciosamente, Enoque Bonfim, Assessor Parlamentar, Senado Federal. 

» Em resposta a sua mensagem solicitando atenção ao PLC 60/2007, que dispõe sobre a prestação de serviços de psicologia e de assistência social nas escolas públicas de educação básica, tenho consciência da relevância e sensibilidade da matéria. Também compartilho sua preocupação com o projeto e estou acompanhando a tramitação no Senado Federal. A matéria está na pauta do Plenário do Senado Federal, esperando votação. Agradeço muito a atenção e estou a disposição para maiores informações. Atenciosamente, Senador Gilberto Goellner.”

O que quero salientar aqui é a importância e o poder de união das categorias profissionais politizadas e em pleno exercício profissional, conscientes de seu estatuto de cidadão formador de opinião e mobilização social, sendo o apoio e voz de quem, de facto necessita dos nossos serviços e, aos mesmo tempo conquistando novos espaços profissionais, aos demias colegas iniciantes ou veteranos.

A categoria dos Psicólogos portugueses, ainda denominada Pró-Ordem,  à qual pertenço hoje, com o Nº de sócio: 4675, está fazendo uma convocação (para a mim com muita honra a 1ª), para uma Assembleia Geral, em  setembro/2009(em Lisboa), onde espero conhecer mais de perto os rosto dos colegas Psicólogos  Portugueses e como actuam.  De facto, o que mais sinto falta em Portugal, é a mobilização social politizada, que no Brasil é intensa, da Instituição Normativa de nossa Categoria, no caso aqui em Portugal, a Pró-Ordem. 

Observo e atendo uma população, das camadas sociais desfavorecida, desprovida de qualquer, informação e atenção social e psicológica mais activa, em actividades de grupo, socialmente organizada. Quem sabe, o exemplo da Categoria dos Psicólogos brasileiros, possa também ser reflectida e adaptada aqui em Portugal, promovendo ganhos familiares, educacionais, sociais e psicológicos mais próximo dos cidadãos comuns.