A ansiedade de avaliação constitui um problema de alta prevalência em diversas populações, especialmente na população universitária. Diversos estudos demonstram que a ansiedade em situações nas quais o indivíduo tem que falar em público afecta 20 a 30% dos estudantes universitários (Bados, 1992; Gil, 1981; Granell e Feldman, 1987; Lane e Borkovec, 1984; Lang, Levin, Miller e Lozak, 1983). Por sua vez, estima-se que aproximadamente 15 a 25% dos estudantes apresentem níveis elevados de ansiedade face aos exames (Escalona e Miguel-Tobal, 1992).

Neste artigo é apresentada a intervenção cognitivo-comportamental levada a cabo com uma mulher de 18 anos, estudante do primeiro ano de licenciatura, que procura tratamento referindo como motivo principal de consulta a sua ansiedade no momento de falar em público.

Foram utilizados os seguintes instrumentos e técnicas de avaliação: o “Inventario de Situaciones y Respuestas de Ansiedad” - ISRA- (Miguel-Tobal e Cano Vindel, 1986; 1988; 1994), o “Autoinforme sobre la Seguridad de Hablar en Público” - PRCS - (Paul, 1966), a “Escala Multidimensional de Expresión Social” - EMES - (Caballo, 1987), os auto-registos e a própria entrevista clínica.

Os resultados da avaliação mostraram a existência de duas áreas problemáticas: a ansiedade de avaliação - especialmente no momento de falar em público - e a ansiedade interpessoal.

É apresentada a análise funcional dos comportamentos-problema, os objectivos delineados e as técnicas de tratamento utilizadas. Apresentam-se também os resultados obtidos na diminuição da resposta de ansiedade face à situação de falar em público e o aumento das estratégias pessoais nas relações sociais.