A toxicodependência é uma realidade cada vez mais crescente e preocupante nos nossos dias. Existente em diversos contextos sócio-culturais, todos sabemos das implicações humanas, sociais e económicas que este flagelo acarreta. Contudo, as tentativas de resolução do problema, parecem estar, cada vez mais, carentes de resultados positivos. Esta situação, talvez se deva à negligencia por parte dos diferentes modelos de intervenção, no que refere às dimensões constitutivas do ser humano (dimensão antropológica, relacional e ética), bem como, da não participação das famílias nos diferentes tipos de tratamento. Bowen (1966), através da elaboração da sua teoria acerca da diferenciação do eu, chama-nos a atenção para o papel preponderante que a família nuclear e alargada têm, nos vários sintomas desenvolvidos no seio do sistema. A teoria da vinculação de Bowlby (1958), e as experiências de Mary Ainsworth (1976-1978), vêm consolidar também esta ideia. As dimensões anteriormente citadas, estão, de forma mais ou menos clara, inseridas em todos as teorias do desenvolvimento humano, sendo, infelizmente esquecidas no tratamento do indivíduo toxicodependente.