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Para uma compreensão multifactorial do abuso sexual em díades (6ª Parte)

1998
acampospt@yahoo.ca
Finalista da licenciatura de Psicologia da Universidade do Porto.

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Para uma compreensão multifactorial do abuso sexual em díades (6ª Parte) INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA INVESTIGAÇÃO NESTE DOMÍNIO

Índice

Introdução

Conhecimento da realidade do abuso e agressão sexuais

Definições e concepções do abuso sexual

Factores associados à presença do abuso sexual
 

1ª Parte
   1. Variações das percepções de abuso sexual e consequente comportamento abusivo
        As diferenças nas percepções do abuso sexual
        A Teoria da Socialização do Papel Sexual
        A Hipótese da Atribuição Defensiva
        A "má comunicação" entre os sexos
        Outras variáveis que afectam as percepções de abuso sexual
 
2ª Parte
   2. Diferenças e semelhanças entre os sexos
        As diferenças de género na sexualidade: algumas teorias distintas
        Os papéis de género e as atitudes
        A Teoria do Estatuto Sexual e a “Cultura de Violação"
3ª Parte
        A “Token Resistance”
        Expressividade e Instrumentalidade
        Abuso psicológico e abuso físico
        As agressões directa e indirecta
 
 4ª Parte
   3. Estilos de vinculação e a agressão e abuso nas relações

   4. Poder, domínio e conflito nas relações
 

5ª Parte
Instrumentos utilizados na investigação neste domínio

Reflexões finais

Bibliografia

6ª Parte

 

INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA INVESTIGAÇÃO NESTE DOMÍNIO

Com este ponto pretende-se apresentar uma diversidade de questionários, escalas e inventários utilizados pelos autores em numerosas investigações ligadas directamente ao abuso e agressão sexuais, ou ligadas mais indirectamente a estes conceitos na medida em que abordam dimensões do relacionamento interpessoal que estão associadas ao abuso.

Esta apresentação de instrumentos deverá servir, tal como este trabalho na sua globalidade, como um outro ponto de partida para a compreensão e estudo do “abuso sexual”.

Foi possível ter acesso a alguns destes instrumentos graças à gentileza da Doutora Sandra Byers, investigadora no Department of Psychology, University of New Brunswick, Canada. Estes intrumentos podem ser consultados no anexo 5.

Direct and Indirect Aggression Scales - DIAS (Björkqvist et al., 1992; cit. in Björkqvist, 1994): trata-se da versão mais recente de uma técnica de avaliação do par destinada a efectuar uma medição de ambas as estratégias directas (física e verbal) e indirectas de agressão em jovens.

Bem Sex Role Inventory – BSRI (Bem, 1974; cit. in Lawrence et al., 1996): este inventário é composto por 60 itens destinados a reflectir comportamentos/características de papel de género masculino, feminino e neutro.

Escala da Expressividade (Lawrence et al., 1996): destinada a avaliar o grau de expressividade, esta sub-escala contempla itens como o afecto, a simpatia, a sensibilidade quanto às necessidades dos outros, a compreensão, a compaixão, o calor, a ternura, a gentileza, a entre-ajuda, a confiança, a sinceridade, a amizade.

Escala de Instrumentalidade (Lawrence et al., 1996): esta sub-escala visa avaliar a instrumentalidade focando-se em itens como a independência, a assertividade, a personalidade forte, a força física, as capacidades de liderança, a vontade de correr riscos, a auto-suficiência, o domínio, a vontade de assumir uma posição, a agressividade, os actos de liderança, o individualismo, a competitividade.

Sex Role Ideology Scale – SRIS (Kalin & Tilby, 1978; ibidem): esta escala, composta por 30 itens, tem como objectivo medir o apoio dado aos papéis de género tradicionais, estereotípicos.

Sexual Opinion Survey – SOS (Fisher et al., 1988; ibidem): constituído por 21 itens, este instrumento destina-se a avaliar as respostas afectivas a situações (tópicos) 0sexuais, podendo os seus scores reflectir desde uma resposta emocional negativa às situações sexuais (erotofobia) até uma resposta emocional positiva (erotofilia).

Sexual Behavior Inventory – HBI (Bentler, 1968; ibidem): este inventário apresenta 11 itens que tentam representar uma hierarquia de actividades sexuais (ex.: beijar, estimulação manual, estimulação oral, cópula). Aqui os sujeitos deverão responder se, até à data presente, se envolveram ou não em cada uma das actividades.

Conflict Tactics Scale – CTS (Straus, 1979; cit. in Pipes e LeBov-Keeler, 1997): esta escala destina-se a avaliar os abusos psicológico e físico, incluindo um número limitado de itens considerados representativos do abuso psicológico, bem como itens que envolvem o abuso físico. Adicionalmente ao instrumento original, têm sido usadas versões adaptadas (Caufield & Riggs, 1992; ibid.) e revistas (Price et al., 1998). Independentemente do facto de ter sido usado com bastante frequência, este instrumento foi criticado com base numa variedade de fundamentos, incluindo a falha em considerar o contexto social, a falta de amplitude, e os itens mal concebidos que combinam violência real e a ameaça de violência.

Abusive Behavior Inventory – ABI (Shepard & Campbell, 1992; ibid.): trata-se de outro instrumento, mais recente do que o anterior, destinado a examinar o abuso psicológico como uma variável separada do abuso físico.

Psychological Maltreatment Inventory – PMI (Kasian & Painter, 1992; ibid.): outro instrumento que visa examinar o abuso psicológico.

Psychological Abuse Scale – PAS (Pipes e LeBov-Keeler, 1997): trata-se de uma escala composta por 15 tácticas psicologicamente abusivas (ver anexo 3) e destinada a examinar o abuso psicológico.

Psychological Abuse Questionnaire – PAQ (ibid.): o PAQ consiste numa definição de abuso psicológico, e uma questão sobre se o sujeito se considera a si próprio abusado psicologicamente (resposta “sim” ou “não”).

Aspects of Relationship Questionnaire (revisto) – ARQ-R (ibid.): o ARQ-R é um instrumento baseado naquele desenvolvido por Commins (1984; cit. in Pipes e LeBov-Keeler, 1997). Este instrumento coloca 10 questões individuais (i.e., não é uma escala) acerca de vários aspectos da relação. De interesse para este artigo forma as questões “Quão séria é a vossa relação?”, “Que facilidade teria em arranjar um novo parceiro?”, “Como acha que se daria com o novo parceiro?” e “Acha que o seu parceiro é o melhor que pode esperar encontrar?”.

Aspects of Situations Questionnaire (revisto) – ASQ-R (ibid.): este questionário contém 3 questões acerca da relação abusiva. É uma versão reduzida de um instrumento desenvolvido por Commins (1984; ibid.), e contém 2 questões acerca dos tipos de situações que parecem contribuir para os incidentes de abuso psicológico (se os sujeitos tendem a estar sozinhos e se as situações têm características tais como o uso de álcool/drogas, ciúme, conflito sobre sexo, desacordo sobre actividades). Também inclui uma questão acerca do impacto do abuso na relação, na auto-imagem do sujeito, e na imagem que o sujeito tem do seu parceiro.

Personal Information Questionnaire – PIQ (ibid.): o PIQ consiste em 4 questões demográficas e 5 questões de experiência de dating. Este questionário é também composto por itens que perguntam se as relações dos sujeitos com os seus pais envolviam ou não abuso psicológico e/ou abuso físico.

Sexual Attitude and Behavior Measures (Oliver e Hyde, 1993): neste estudo de Oliver e Hyde foram utilizadas 21 medidas da atitude e comportamento sexuais. Embora os dois instrumentos a seguir descritos (Sexual Permissiveness Scale; Sex Guilt Inventory) tenham contemplado duas dessas 21 medidas, não é feita qualquer referência aos outros instrumentos utilizados.

Sexual Permissiveness Scale – SPS (Hendrick & Hendrick, 1987; cit. in Oliver e Hyde, 1993): trata-se de uma escala que tem por objectivo avaliar as atitudes acerca da sexualidade per se, tais como a aceitação de muitos parceiros sexuais, as crenças de que uma grande experiência sexual é aceitável, entre outras.

Sex Guilt Inventory – SGI (Mosher, 1979; ibid.): neste inventário são estudadas a ansiedade, vergonha, desgosto, medo, ou a culpa acerca da sexualidade, por exemplo.

Situation Questionnaire – SQ (Muehlenhard e Hollabaugh, 1988): trata-se de um questionário onde é perguntado aos sujeitos17 quantas vezes estiveram em três situações distintas, as quais se prendem com as recusas explícitas e implícitas de mulheres envolvidas em situações que potencialmente conduzirão a relacionamento sexual com homens.

Attitudes Toward Women Scale – ATWS (Spence, Helmreich, & Stapp, 1973; cit. in Muehlenhard e Hollabaugh, 1988): esta escala, a qual é utilizada na sua “short-form” no estudo de Muehlenhard e Hollabaugh, mede a tradicionalidade de atitudes relativamente aos papéis vocacionais, intelectuais e sociais das mulheres.

Sex Role Stereotyping Scale – SRSS (Burt, 1980; ibid.): visa avaliar as atitudes relativas aos papéis familiares, profissionais e sociais das mulheres.

Adversarial Sexual Beliefs Scale – ASBS (Burt, 1980; ibid.): esta escala tem por objectivo avaliar a crença de que as relações homem-mulher são pautadas pela exploração e que os homens e as mulheres são “manipuladores”, entre outros.

Acceptance of Interpersonal Violence Scale – AIVS (Burt, 1980; ibid.): nesta escala é estudada a crença de que é aceitável os homens usarem força física contra as mulheres em relações íntimas e sexuais.

Sexual Beliefs Scale – SBS (Muehlenhard & Felts, 1987; ibid.): esta escala inclui as sub-escalas “Token No”, “Women Like Force”, e “Men Should Dominate”.

Dating Behavior Questionnaire – DBQ (Shotland e Hunter, 1995): este questionário consiste em 128 questões divididas em 6 secções. A primeira secção descreve três situações retiradas de Muehlenhard e Hollabaugh (1988), destinando-se este instrumento a avaliar a “token resistance” (comportamento ´ambivalente´ de resistência ao sexo), as “intenções incertas”, o “comportamento resistente”, e o “comportamento complacente”.

Sexual Experiences Survey (revisto) – SES-R (Koss, Gidycz, & Wisniewski, 1987; cit. in Price et al., 1998): este instrumento é usado para medir a frequência segundo a qual os sujeitos usaram e/ou experienciaram comportamentos sexualmente coercivos nas suas relações de dating. Os itens avaliam 3 níveis de coerção sexual, e 3 estratégias coercivas.

Attitudes Towards Dating Violence Scales – ATDVS (Price e Byers, 1998): três destas escalas avaliam, respectivamente, as atitudes relativamente ao uso da violência psicológica, física e sexual pelos rapazes junto das suas parceiras de dating (denominadas Attitudes Towards Male Psychological/Physical/Sexual Abuse Scale); as outras três escalas avaliam, respectivamente, as atitudes relativamente ao uso da violência psicológica, física e sexual pelas raparigas junto dos seus parceiros de dating (denominadas Attitudes Towards Female Psychological / Physical / Sexual Abuse Scale).

Attitudes Toward Women Scale for Adolescentes – ATWS-A (Galambos, Petersen, Richards, & Gitelson, 1985; cit. in Price et al., 1998): destina-se a medir as atitudes dos adolescentes relativamente aos papéis de género tradicionais para raparigas e mulheres.

 

REFLEXÕES FINAIS

A definição e ocorrência do abuso sexual não parecem tão fáceis de operacionalizar e compreender quanto nos levaria a supor a nossa reflexão empírica. A percepção e ocorrência deste fenómeno multifacetado não parecem obedecer de forma nítida a qualquer relação linear, já que estão envolvidas variáveis implícitas e explícitas que determinam e influenciam, mediante a sua presença ou ausência, a própria definição e percepção de abuso sexual.

Mediante isto, considero particularmente relevante a exposição teórica apresentada, enquanto tentativa de explicar o “o quê”, o “como” e o ”porquê” do abuso sexual, pontos desde sempre frágeis na investigação. Assim, Este trabalho é, simultaneamente, ponto de chegada e de partida para o estudo deste tema.

Os dados recolhidos fornecem elementos importantes para os domínios da intervenção preventiva da agressão e abuso sexuais. Parece clara a importância das relações precoces na construção dos pilares para as relações futuras. Assim, os programas e políticas que tentam reduzir a incidência da violência e abuso sexuais adultos (particularmente nos homens) poderão lucrar bastante com a implementação de intervenções primárias que comecem na infância, fornecendo oportunidades educacionais aos pais no sentido de os capacitar para fornecerem afecto e cuidados de forma segura e afectivamente rica, o que é crítico para o óptimo desenvolvimento da criança. Ainda, estas intervenções deverão ser também oportunidades para se (re)pensar os valores e estereótipos/representações sexuais que são operados na relação familiar e educativa e os quais, a julgar pela investigação, são responsáveis pelos muitos desequilíbrios a diversos níveis nas relações entre os sexos.

Ainda, é inegável a utilidade da terapia individual e familiar. Os indivíduos mais susceptíveis de serem abusivos/agressivos poderão estar ainda a lidar com questões de vinculação que permanecem desde a sua infância. A terapia individual e familiar poderá ser a forma de fornecer aos casais expectativas interpessoais apropriadas, insights acerca do seu próprio comportamento, e responsabilidade em termos de comportamento individual.

Um ponto importante que parece relativamente neglicenciado na investigação do abuso, e particularmente no abuso psicológico, é o âmbito de estudo: este deverá incluir não só o estudo dos abusados mas também o estudo dos abusadores, bem como o estudo da interacção entre os papéis de género, as vítimas e os abusadores. É de salientar que é possível ser-se, simultaneamente, abusado e abusador na mesma ou em diferentes relações.

A futura investigação sobre o abuso deveria estudar com maior detalhe de que forma a socialização do papel de género, incluindo as experiências na família de origem, poderão influenciar a construção social do abuso. Igualmente, parece interessante começar-se a compreender quais as relações entre ambiente familiar/estilo educativo e o comportamento de abuso sexual nas relações íntimas.

Ainda, é necessário compreender melhor como os papéis de género e os processos atribucionais contribuem para uma mulher ser mais susceptível a ficar envolvida numa relação abusiva, especialmente quando se trata de abuso psicológico.

É um facto que fenómeno do abuso sexual tem sido associado predominantemente às mulheres enquanto vítimas, e aos homens enquanto abusadores (tanto empiricamente como na investigação). No entanto, há que tomar em consideração determinadas variáveis fundamentais, caso contrário estaremos a estudar o abuso sexual de forma parcelar: apesar de se compreender que o elementos do sexo feminino sejam as maiores vítimas, o conhecimento das ocorrências de abuso sujeita-se ao menor índice de relato por parte dos homens, o qual se deve tanto à relutância em tornar pública a ocorrência, como à dificuldade ou impossibilidade em se compreender o abuso como tal. Não nos podemos esquecer que existe muito pouca divulgação ou reflexão acerca da figura masculina enquanto vítima de abuso, realidade esta que é reforçada por representações diversas e pelos papéis sexuais em vigôr.

Em futuras investigações sobre problemáticas conjugais deverá dar-se mais atenção ao conceito de "poder", uma vez que os seus desequilíbrios foram vistos como causas e consequências do abuso sexual (as variações de poder favorecem o abuso sexual e, por sua vez, este provoca as variações poder). Não só a distribuição do poder deverá ser estudada mas também o jogo entre poder e género. Como foi observado, a ideia parcialmente "errada" de que os homens detêm mais poder que as mulheres (fruto da expressão explícita do poder, por oposição ao poder implícito) poderá ser uma perspectiva ultrapassada na medida em que urge complexificar a abordagem a este conceito.

Contudo, considero que este estudo deverá preocupar-se particularmente com o seu próprio distanciamento das representações sexuais e estereótipos que são associadas ao abuso, visando uma posição de equilíbrio e de compromisso entre objectividade e cientificidade neste domínio.

Uma última questão empírica que parece manter-se em aberto prende-se com variações culturais no que diz respeito às diferenças de género na percepção e interpretação de encontros sociais/sexuais entre homens e mulheres. Seria igualmente interessante examinar esta questão com amostras diferenciadas, contemplando-se desta forma diferentes faixas etárias. Desta forma poder-se-ia compreender os padrões de estereótipos sexuais em diferentes culturas assim como este fenómeno ao longo do ciclo vital, tentando-se identificar momentos-chave em cada realidade cultural.

De resto, esta questão vem no seguimento de uma das principais constatações deste trabalho: os símbolos e grelhas de leitura e de descodificação das atitudes, posturas e comportamentos de/para ambos os sexos relativamente ao tipo e intensidade de avanço ("abuso") e resistência do "outro" e do "eu" parecem apresentar alguns conflitos e incoerências. Neste sentido, esta "má comunicação" acaba por ser terreno fértil para se ser emissor e receptor de comportamentos e reacções alheias às regras do consentimento, do entendimento e, afinal, da funcionalidade do relacionamento afectivo e sexual no casal.

 

Notas

  1. Os sujeitos do estudo de Muehlenhard e Hollabaugh (1988) eram do sexo feminino, pelo que as situações descritas no instrumento estão desenvolvidas para mulheres. Este questionário poderá, no entanto, ser adaptado para uma população masculina.
  2. Gentilmente enviado por E. Sandra Byers, PhD (Department of Psychology, University of New Brunswick, Canada).

 

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