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Chegaram as férias… e o que fazer com as crianças?!

2018
andradesofia958@gmail.com
Mestre em Psicologia Clínica e de Aconselhamento. Formadora certificada pelo IEFP
Publicado no Psicologia.pt a: 2018-09-08

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Chegaram as férias… e o que fazer com as crianças?!

Após um ano inteiro de estudo, de trabalhos de casa, testes e outras avaliações, já era tão esperado a chegada das férias grandes. Contudo, neste período prolongado de descanso e lazer, coloca-se a questão?! como ocupar os tempos livres dos seus filhos? e saborear as tão esperadas férias com momentos de qualidade em família.

Existem muitos programas, que se podem fazer com as crianças e elas vão adorar fugir à rotina, e participar em atividades diferentes do que estão habituadas a fazer. Podemos então, planificar os dias de férias e ocupar o tempo livre das crianças com atividades interessantes, e transformar este período em algo pedagógico, mas igualmente divertido.

É tempo de praia, piscina, viagens e conhecer destinos, que outrora, eram mais difíceis conhecer. Quem sabe, realizar a tal viagem que gostaria de fazer em família, a um destino de lazer ou cultural, nomeadamente: visitar aquele museu que deseja há muito conhecer e ainda não teve oportunidade de o fazer. O mais importante é aproveitar ao máximo o convívio em família, de forma a estreitar laços e tirar proveito da companhia de estar com os seus filhos.

A realidade é que quando se está de férias, as crianças nem querem ouvir falar em livros e cadernos escolares, porém a ideia é encontrar outras formas de estimular a criança a aprender, sem se aperceber, fazendo programas diferentes. Nesta época, aumentam os programas e iniciativas dirigidas aos mais novos, tendo como objetivo, ocupar os tempos livres, como forma de obterem aprendizagens e experiências diferentes.

Seria interessante, promover o relacionamento interpessoal e estimular o conhecimento de novas amizades, através de atividades pedagógicas, lúdicas e culturais.

Existem variadíssimos programas que pode fazer em férias com os seus filhos, como inscrevê-los em atividades organizadas, de acordo com a sua faixa etária e escolaridade. Contemplando as áreas de arte e design, pintura, música, dança, teatro e multimédia por exemplo., tendo estas atividades uma componente educativa mas igualmente lúdica, de forma a desenvolver o funcionamento intelectual da criança.

Estas atividades são consideradas importantes, para promover o desenvolvimento salutar da criança, permitindo-lhe desenvolver capacidades inatas e experiências enriquecedoras para o seu crescimento.

Hoje em dia, as atividades lúdicas ao ar livre estão praticamente extintas, as crianças já não brincam na rua, como antigamente se verificava nas gerações passadas, dando lugar a outros hábitos, como jogos de computador ou televisão, que em nada servem para o desenvolvimento de relações construtivas. Por esses motivos, muitas crianças têm dificuldades nos relacionamentos intergrupais, estando mais viradas para a introspeção, do que para a ação, o que poderá dificultar os seus relacionamentos interpessoais, sociais e comprometer o seu aproveitamento escolar.

Seria interessante, estabelecer um plano de ação direcionado para determinadas áreas, em que a criança tenha vontade de conhecer e desenvolver, criando a oportunidade de adquirir o gosto por novas competências, que são importantes para a sua formação.

Cada vez mais, vivemos numa sociedade bastante competitiva e exigente, na medida em que devemos incentivar a importância da formação nos mais novos, como sendo um instrumento contínuo de aprendizagem. Desta forma, a responsabilidade dos pais ou educadores no processo educativo dos seus filhos, torna-se necessário, para estimular  a adquisição de competências, que até ao momento se encontram ocultas.

Pode ser vantajoso inscrevê-los num curso de línguas, ou computadores, mas que não preencha muitas horas do dia, de forma a não ser exaustivo. Deve consequentemente, incentivá-los para a prática de uma atividade desportiva, com que se identifiquem, permitindo-lhes adotar um estilo de vida saudável e como reforço positivo à sua autoestima.

Menciono uma pequena lista, que pode ser útil e divertida para fazer com os seus filhos em tempo de férias, com certeza eles vão adorar experienciar novas experiências e aproveitar da melhor forma este período, como por exemplo: irem dar um passeio de bicicleta; irem à praia ou piscina com amigos; fazerem biscoitos e bolos; irem ao cinema; fazerem trabalhos manuais, como pintura, desenho, podem usar plasticinas, etc., usando a criatividade; jogarem jogos, como monopólio, cartas ou outros jogos pedagógicos; tirarem muitas selfies e fotos de passeios, para posteriormente fazerem um álbum de férias, ou apresentarem em formato digital aos amigos e familiares próximos. Não recomendo publicar nas redes sociais, a privacidade das crianças não deve ser exposta; visitarem uma biblioteca municipal; visitarem museus, etc.

É importante, preencher o tempo livre das crianças, para quando regressarem à escola, poderem ter histórias interessantes para contar aos colegas e nomeadamente aos professores. A partilha e a troca de experiências são consideradas mais-valias para o desenvolvimento integral da criança.

Acima de tudo, aproveite as férias para descansar e não stressar... seja feliz!

Sofia Andrade

Sofia Alexandra de Jesus Andrade é psicóloga, especialista em Psicologia Clínica e de Aconselhamento. É Membro da Ordem dos Psicólogos Portugueses, e Membro Associado do MDM. É também membro de uma IPSS em Lisboa. É licenciada em Psicologia e Mestre em Psicologia Clínica e de Aconselhamento pela Universidade Autónoma de Lisboa, tendo realizado um mestrado via profissionalizante na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens do Seixal, onde adquiriu competências pessoais e sociais com crianças e jovens em risco, onde atualmente trabalha. Realizou também um estágio de Licenciatura no Gabinete de Saúde Ocupacional da Câmara Municipal do Seixal, tendo desenvolvido um estudo sobre o levantamento do Absentismo Prolongado dos trabalhadores, bem como consultas de desabituação tabágica. Para além de ser formadora certificada pelo IEFP, e apoiar várias causas sociais, é participante ativa em causas voluntárias. Atualmente dedica-se também à escrita sendo autora do livro intitulado: “Crianças e Jovens em Perigo. Estudo de Casos Clínicos. 2.ª edição”, pelas Edições Vieira da Silva.

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