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E o Amor tem dessas coisas

2018
juliana.edinarchaves@gmail.com
Psicóloga, com intervenção na área clínica e orientação profissional
Publicado no Psicologia.pt a: 2018-02-18

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E o Amor tem dessas coisas

Eu não penso no amor como algo simplesmente puro e inato de se sentir ou viver. Não se ama por acaso ou se sente amor puro e simplesmente. É preciso criar um ambiente fértil à sua presença, é necessário vesquícios do perdão, da sutileza e leveza das perguntas e respostas que um relacionamento cria. É passível às renúncias e também o respeito a essas, mesmo quando não nos é de todo o agrado. É plausível a abertura à cumplicidade, e também o desejo de honra-la mesmo quando não se pode mais manter-se vinculado a ela, seja por uma separação em quaisquer das circunstâncias.

Amar é entender o doar-se, o entregar-se ou não necessariamente entende-los, mas abrir-se a vivê-los.

A visão do que é o amor, ou mesmo do que deveria ser, vem permeada de subjetivações, ideais que por ora nem sempre dizem de nós mesmos, ou dizem do que não sabemos de nós.

Os relacionamentos mantidos em nossas vidas ao longo de nossa caminhada, irão deixar marcas imagináveis e irão dizer de nosso modo de tocar, de sentir, de falar de dar e receber amor.

Nem sempre estamos prontos ou preparados para despertar o amor. Muitas vezes não se fechou um romance anterior, ou mesmo ainda encontra-se aberto vários outros ciclos passados que, inconscientemente refletem em atuais representações em nossas vidas.

Talvez seja necessário retomar alguns conceitos e deixar a visão pragmática de “Já dizia papai e mamãe (...)”. Outros momentos já exigirão que se valha do que “Já dizia papai e mamãe”...

Fórmulas? Não existem aqui. E até dois mais dois, nem sempre serão quatro. O que se diz não é o que se ouve ...  “Não! eu sempre quero dizer o que digo” irá dizer Cecília Meireles. Lacan mencionou, “Você pode saber o que disse, mas nunca o que o outro escutou”.

O meu momento irá dizer do que seria o Amor, a o amoor...

Só não vale desnudar, abrir as cortinas do corpo que se expos a você. Considere o calor recebido, mesmo que este tenha se desvanecido.