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Modelos de Saúde

2006
lapsus_veritas@hotmail.com
Licenciada em Psicologia pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa (Portugal)

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Modelos de Saúde

Ao longo da História, diversos modelos de saúde têm ocupado, sucessivamente e, consoante o evoluir das civilizações, lugar de destaque na prática da Medicina e, de certa forma, também no papel crescente da Psicologia nesse domínio. Três dos mais relevantes e que tiveram maior impacto são o Modelo Biomédico, o Modelo Biopsicossocial e o Modelo Holista.

O Modelo Biomédico, inspirado na visão mecanicista do ser humano, considera que saúde é mera ausência de doença e que, como numa máquina, se uma das peças se ”avaria”, há que se centrar na sua reparação. De acordo com esta perspectiva, o indivíduo tem um papel passivo no controlo do seu bem-estar, limitando-se a procurar um técnico que imediatamente se responsabiliza pela “cura” dos aspectos biológicos da sua saúde, através da cirurgia ou de fármacos.

Se este modelo respondeu bem às necessidades numa época em que havia um predomínio de mortes por causas infecciosas, quando a evolução da ciência encontrou soluções para muitas das doenças agudas, diversas questões foram levantadas. Surgiu, assim, outro modelo, neste caso o Biopsicossocial. Trata-se de uma perspectiva que dá importância já não só aos aspectos biológicos da saúde humana, mas também a aspectos psicológicos e sociais. Passou a ter-se em conta o equilíbrio entre os diversos aspectos inerentes ao ser humano para conceptualizar a sua saúde, a sua doença e fundamentar as tomadas de decisão relativamente ao processo terapêutico. No entanto, esta perspectiva concebe ainda o indivíduo como sendo passivo, pois o seu papel na sua própria saúde termina no momento em que fornece ao técnico de saúde, informações do foro social, psicológico e biológico.

Apesar da evolução de uma visão dualista de saúde e doença para a visão da saúde como um contínuo, o passo seguinte em termos de modelos é dado pelo Modelo Holista, dotado de uma visão do indivíduo como um todo e da saúde como subjectiva. De acordo com este modelo, o indivíduo tem um papel activo na sua saúde, cabendo ao técnico de saúde auxiliá-lo no processo de tratamento e levando a cabo iniciativas de educação para saúde. Com a actual ênfase de doenças ditas comportamentais, ou resultantes do comportamento humano, cabe a cada um de nós, definir o que é saúde e o que é bem-estar e levar a cabo comportamentos que vão encontro de objectivos pessoais que nos tornem saudáveis.

 

Referências:

Reis, J. (2005). O que é a saúde?. Vega

Reis, J. (1998) O sorriso de Hipócrates. Vega