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Perguntas frequentes acerca da hipnose

2014
hipnoglobal@gmail.com
Licenciada em Gestão de Recursos Humanos e Organização Estratégica pelo ISLA, Lisboa. Trainer de Hipnose Clinica na Asociación Internacional de Hipnosis Clínica y Experimental. Certificação do London College Of Clinical Hynosis e Certificação Avançada, pelo Instituto Brasileiro de Hipnologia. Certificada Internacionalmente pela International Coaching Community e Practicioner de PNL, reconhecida NLPU University.

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Perguntas frequentes acerca da hipnose

 

O que é a hipnose?

A hipnose é um estado natural de consciência alterado. A hipnose clínica como especialidade clínica é uma especialidade complementar à psiquiatria e faz a ponte entre a psiquiatria e a psicologia. Em Portugal, a hipnose ainda não é considerada uma especialidade hospitalar como já o é no Reino Unido, na Australia e Brasil.

Em Portugal, a hipnose ainda não é considerada uma especialidade hospitalar como já o é no Reino Unido, na Australia e Brasil.

 

O que não é a hipnose?

Hipnose não é dormir. O paciente está sempre a ouvir, possuindo assim todo o controlo durante a sessão. Está é, efectivamente, num estado de grande relaxamento muscular.

 

Qual a diferença entre hipnotismo e hipnose?

Hipnotismo é uma corrente teórica psicanalítica da psicologia. O termo “hipnose” aplica-se quando falamos de um estado natural de consciência alterado. Existe é, a distinção entre o hipnotizador e o hipnologo. O hipnotizador é aquele que usa a hipnose exclusivamente para entreter o público, para fins teatrais. O hipnologo é uma pessoa que estuda de forma científica os fenómenos da mente, da comunicação verbal e não verbal, da percepção, entre outros, aplicando os seus conhecimento numa vertente clínica e em prol dos outros.

 

Existem diferentes tipos de hipnose?

Sim. Existe a hipnose clássica, muito usada para espectáculo (aquela que o público em geral conhece). A hipnose da escola moderna, com vertente clínica, a hipnose Eriksoniana, do Dr. Milton Erison e a hipnose Condicionativa, do Professor Luis Crozera.

 

A partir de que idade é que as técnicas de hipnose clínica podem ser aplicadas?

Existem técnicas básicas que são aplicáveis a bebés de 3 meses através de sons suaves e relaxantes. A prática de hipnose clínica, aplicada como terapia de programação mental para crianças é normalmente aconselhável só a partir dos 6 ou 8 anos, mediante o desenvolvimentos linguístico e cognitivo da criança.

 

Em que patologias pode ajudar a hipnose?

Depressão, depressão pós-parto, fobias, esgotamento, tendência obsessiva compulsiva, síndrome de Tourett, síndrome de ninho vazio, depressão infantil, sindrome de abandono, hiperactividade, défice de atenção, prevenção de AVC, arritmia, ansiedade elevada, ejaculação precoce, inibição de líbido, ATM, neoplasia do colo do útero, neoplasia mamária, neoplasia dos intestinos, obsidade mórbida, controlo de peso, ataques de pânico, doenças oncológicas, fibriomialgia, entre outras.

 

Existe o perigo de morrer durante uma sessão de hipnose?

Não. Esse risco é falso.

 

O paciente verbaliza durante uma sessão de hipnose clínica?

Normalmente não.

 

O paciente perde o controlo dos seus actos durante uma sessão de hipnose clínica?

Não. Mantém sempre o controlo total dos seus actos e da sessão.

 

Que patologias pode a hipnose clínica ajudar em crianças e adolescentes?

Crianças e adolescências recorrem à hipnose clínica principalmente para resolver questões ligadas a dificuldades na escola - défice de atenção e concentração, hiperactividade e ainda, por alterações comportamentais e de humor; depressão infantil; síndrome de abandono; tendência obsessiva compulsiva alimentar; gaguez, entre outras, como crianças vitimas maus tratos e de abusos sexuais. No caso dos adolescentes, encontramos situações do foro sexual, depressão, dependências químicas, preparação para exames, fobias e muito especificamente para o tratamento da fobia de falar em público.

 

Como mãe/pai, como e onde posso obter informação sobre hipnose clínica para que possa tomar uma decisão mais esclarecida, relativamente a recorrer a esta terapia?

Para fazer da hipnose uma escolha eficiente, os pais devem inicialmente falar com o hipnólogo e verificar as suas qualificações. Lamentavelmente a especialidade em Portugal não está regulamentada. Pedir recomendações e testemunhos a outros pais, solicitar uma recomendação através de um psiquiatra ou psicólogo com conhecimento fundamentado do que é hipnose clínica.

 

Os pais podem estar presentes durante a sessão?

 Os pais acompanham a criança ou o adolescente, explanam os seus medos em relação ao jovem. Depois o tratamento é feito individualmente sem a presença dos pais. Procedimento igual ao de uma consulta de psicologia. No caso da criança ser de tenra idade (entre 5 e os 10 anos), o jovem escolhe um dos progenitores para o acompanhar durante a terapia. A criança faz tratamento no colo do progenitor e o mesmo acompanha física e mentalmente as sugestões dadas à criança. Este procedimento acontece apenas na primeira vez e é uma estratégia para estabelecer rapport com a criança. Dar-lhe confiança no processo. Posteriormente muito agradecem que os pais saiam.

 

Como vai agir o hipnólogo com a criança? Vai deitá-la, vai adormecê-la? Vai tocar-lhe?

 O termo “hipnose” é muito complexo para uma criança de 5 ou 6 anos. Normalmente digo-lhes que sou uma construtora de sonhos. Digo-lhe que se deve colocar numa posição muito confortável, fechar os olhinhos e apenas ouvir com muita atenção o que lhe vou dizer,… eu vou-lhe construir um sonho bom, com fadas e super heróis mágicos… ele deve imaginar tudo o que eu disser. A criança é informada que ninguém lhe vai tocar. Tomar esse tipo de liberdade ou procedimento com uma criança, pode ser traumático.

Tendo em conta, a capacidade de dissociação possuída pelas crianças, fecharem os olhos, pode ser facultativo.

No caso de existir alguma insegurança por parte dos pais, a sessão pode ser gravada. Desde que isso não invada a privacidade da criança.

 

Se a criança tiver acompanhamento psicológico e/ou psiquiátrico como conciliar com a hipnose clínica?

É fundamental que a criança esteja a ser acompanhada por um psicólogo, mesmo depois de esta usar a hipnose. A hipnose tem como função principal desligar ou reprogramar uma situação traumática. Por outras palavras, retirar a emoção à situação traumática. Se não existe emoção relativamente a algo, logo a situação é encarada de forma pacífica e o jovem consegue viver livremente e encarar a vida através de outra perspectiva. Ou seja, não fica agarrado a um facto, uma má interpretação e consegue levar a sua vida para a frente sem que a situação traumática lhe crie transtornos, medo ou ansiedades futuras.

Metaforicamente, o hipnólogo tem a função de “ limpar o disco”. Quem o acompanha semanalmente é o psicólogo e o psiquiatra. As nossas funções complementam-se, nunca são substituíveis.

O hipnólogo não pode, nem tem conhecimentos técnicos para avaliar a medicação recomendada pelo psiquiátra, nem cabe ao hipnólogo fazer o acompanhamento da criança ou mesmo do adulto. Essa é uma função do psicólogo.

Em hipnose há que deixar a terapia fazer efeito, dar tempo para que o sujeito viva a sua vida e veja as alterações que ocorreram depois do tratamento. Enquanto que a psicologia coloca o sujeito (adulto ou criança) a refletir, a questionar-se, a hipnose clínica programa a mente e isso não é uma coisa que se possa fazer todas as semanas ou de quinze em quinze dias.

 

Os pais também são envolvidos na terapia? De que forma?

Sim, o papel e empenho dos pais é fundamental para o sucesso do jovem. Aos pais fornecemos formação específica, através de workshops, para que possam aprender algumas técnicas e fazer aos seus filhos relaxamentos básicos de fortalecimento da terapia. Responsabilizar os pais é fundamental para a gestão da mudança e consciencialização das novas “regras” linguísticas, afectivas, ambientais, que poderão ter de ser adoptadas.

 

Os pais recorrem mais à hipnose clínica em que tipo de situações? 

Normalmente um pai que chega a um consultório de hipnose vê a hipnose como o último recurso, face ao mau esclarecimento da população em geral. Antes de vir ao hipnólogo, os pais já foram ao psiquiátra, psicólogo e as crianças já fazem terapia há algum tempo.

 

Quantas sessões são necessárias? Depende da patologia? Depende dos objectivos?

Dependendo dos objectivos ou da patologia, as crianças fazem três a quatro consultas. Quando o objectivo é melhorar o desempenho escolar, depois do tratamento inicial de 2 ou 3 sessões, os jovens só regressão para fazer reforço de terapia nas semanas que antecedem os testes ou exames.

 

No caso dos adolescentes, os objectivos dos pais são os mesmos dos filhos? Quando não são, como age o hipnólogo clínico?

Aparentemente são. À primeira vista o adolescente identifica os objectivos em consonância os objectivos dos progenitores, devido à “castração” e represálias dos mesmos, nos diversos contextos. No entanto, há que definir muito bem os seus objectivos, importância e ecologia. E há que ter em conta que os objectivos trabalhados têm de ser definidos pelo próprio e não os objectivos dos pais. Exemplo: os pais querem que o jovem seja mais arrumado e para ele isso não é minimamente importante. Logo, dificilmente o inconsciente aceita definitivamente a sugestão de ser mais arrumado, a partir de hoje. O adolescente tem de entender qual é o ganho primário e secundário para adoptar tal comportamento. Um ganho primário seria a mãe não passar a vida a gritar com ele para arrumar o quarto, ganho secundário, seria ter um ambiente mais harmonioso e ter tempo para fazer outras coisas sem ser interrompido.

 

As grávidas também podem recorrer à hipnose clínica? Se sim, em que casos? Quais os benefícios para o bebé?

Sim, as grávidas podem recorrer à hipnose clínica como preparação pré e pós-parto. Durante a gravidez a futura mãe pode utilizar as técnicas de hipnose, fundamentalmente como técnica de relaxamento. O que vai proporcionar sensações de bem-estar, felicidade, alegria, contentamento e paz ao bébé. Como é sabido, a partir dos 3 meses de gestação o bébé capta toda a informação do mundo exterior através das sensações físicas e psicológicas da mãe. Grávidas seguras de si, felizes, com uma boa “ higiene mental” vão produzir sensações boas aos seus bebés.

A hipnose pode ter um papel na preparação do parto, através das técnicas de gestão da dor. Uma grávida com o auxílio da hipnose consegue um parto sem dor, sem o uso de anestesia geral ou anestesia epidural.

 

Qual a duração de uma sessão de hipnose?

Não existe um tempo definido. Dura o tempo que o hipnologo considerar necessário. O tempo de duração de uma sessão pode ir, em média, de uma a cinco horas.

O paciente que não se pode deslocar pode recorrer a uma sessão de hipnose?

Sim. Há hipnologos que se deslocam ao local onde o paciente se encontra, embora não seja a situação ideal para a terapia.

 

 

Existem estudos sobre a hipnose clínica?

Poderá encontrar alguns estudos através dos seguintes links:

http://www.lcch.co.uk/hypnosisarticles.htm

http://www.rcaap.pt/results.jsp

http://www.dailymail.co.uk/news/article-2259377/NHS-hospital-promotedhypnosis-cure-medical-conditions-ordered-remove-leaflet-advertisingwatchdog.html

Cristina Infante Borges

Cristina Infante Borges é licenciada em Gestão de Recursos Humanos e Organização Estratégica pelo ISLA, Lisboa, e Master e Doctorado em Hipnose Clinica pela Asociación Internacional de Hipnosis Clínica y Experimental. Possui também a Certificação do London College Of Clinical Hynosis e Certificação Avançada em Hipnose Clínica, pelo Instituto Brasileiro de Hipnologia. Está igualmente certificada internacionalmente pela International Coaching Community e Practicioner de PNL, reconhecida NLPU University.

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