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O Adulto Emergente: estudo das relações entre inteligência emocional, satisfação com a vida, saúde mental e o uso de medicamentos para ansiedade ou depressão

2018
marinapimentapsique@hotmail.com
Mestre em Psicologia do Desenvolvimento pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra

Dissertação de Mestrado em Temas de Psicologia do Desenvolvimento, orientada pela Professora Doutora Maria da Luz Bernardes Rodrigues Vale-Dias e apresentada à da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra

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O Adulto Emergente: estudo das relações entre inteligência emocional, satisfação com a vida, saúde mental e o uso de medicamentos para ansiedade ou depressão

Partindo de uma concepção de complexidade do desenvolvimento humano, este estudo visa explorar relações e analisar o papel de constructos, cujo interesse científico para a compreensão de trajetórias ajustadas tem sido evidenciado na literatura atual. Assim, o primeiro objetivo da presente investigação passa por perceber se existem relações entre Inteligência Emocional, Satisfação com a Vida (dimensão cognitiva do Bem-Estar Subjetivo) e Saúde Mental (níveis de ansiedade, depressão e stress) no Adulto Emergente. Em segundo lugar, pretende-se analisar as relações entre aqueles constructos e o uso de medicamentos para ansiedade e depressão junto dos Adultos Emergentes. Visa-se ainda estudar a relação do gênero e da idade com as variáveis acima mencionadas. Para efeitos deste estudo foram utilizados quatro instrumentos de avaliação para a recolha de dados junto de uma amostra de 293 participantes (131 do sexo masculino e 162 do sexo feminino), constituída por jovens de 18 a 25 anos. Nomeadamente, os instrumentos utilizados foram: um Questionário Sociodemográfico; a Escala de Satisfação com a Vida (SWLS); a Trait Meta-Mood Scale (TMMS-24), uma Escala da Inteligência Emocional; e, por último, a Escala de Ansiedade, Depressão e Stress (EADS-21). Os resultados relativos ao estudo da associação entre os fatores da Escala de Inteligência Emocional e a Satisfação com a Vida indicam a existência de associações significativas positivas e moderadas entre as variáveis; isto é, a Satisfação com a Vida está associada positivamente à Atenção às Emoções, à Clareza de Sentimentos e à Reparação do Espirito (Emocional). Entre os fatores da Escala de Saúde Mental e a Satisfação com a Vida verificam-se associações moderadas que indicam que a Satisfação com a Vida está associada negativamente à Depressão, à Ansiedade e ao Stress. Foram igualmente reveladas correlações negativas, significativas e moderadas, entre estes sintomas e a Inteligência Emocional. A comparação das dimensões em estudo, em função de os participantes fazerem ou não uso de medicamentos para a ansiedade ou depressão, indicou diferenças estatisticamente significativas na escala da inteligência emocional, nomeadamente na atenção às emoções, na clareza de sentimentos e na reparação emocional do espírito, cujas médias são superiores no grupo de participantes que não faz uso de medicamentos para a ansiedade ou depressão. Na escala de saúde mental também se observaram diferenças significativas, nomeadamente na depressão, na ansiedade e no stress, cujas médias são superiores no grupo de participantes que faz uso de medicamentos para a ansiedade ou depressão. Quanto à escala de satisfação com a vida, a média é significativamente superior no grupo de participantes que não faz uso daqueles medicamentos. Foi ainda possível observar no presente estudo diferenças de gênero nos constructos estudados, não se registando essas mesmas diferenças a nível do uso de medicamentos. Finalmente, a idade não foi um factor relevante para as variáveis em análise, facto que aponta para uma certa homogeneidade dentro do período etário considerado, isto é, a adultez emergente.

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