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A importância do EPQ-R

2010
luisbraga8@msn.com
Finalista do Mestrado Integrado em Psicologia Clínica e Saúde pela Universidade Fernando Pessoa (Porto, Portugal)

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A importância do EPQ-R

O motivo que me move a escrever este artigo é o meu interesse pela Psicologia da Personalidade, especificamente, o estudo de testes de personalidade.

Estes testes demonstram-se extremamente importantes no auxílio da actividade do psicólogo em vários âmbitos, designadamente aos níveis: organizacional, clínica, saúde e jurídica.

O teste em que me foco neste artigo de opinião é o EPQ-R (Eysenck Personality Questionnaire-Revised). O teste é constituído por 4 escalas: “Mentira”, “Neuroticismo”, “Psicoticismo” e “Extroversão-Introversão”. Na versão original constam 116 itens e o tempo médio de administração ronda em média 20 minutos (dependendo do sujeito). Os resultados permitem uma análise diferencial dos principais traços de personalidade – caso não se verifique dissimulação na escala “Mentira”.

O EPQ-R tem revelado boas qualidades psicométricas, tendo sido aferido em diferentes culturas. A aferição deste teste de personalidade ocorreu em diversos países, tais como: Espanha, Inglaterra, Bangladesh, Canadá, Holanda, Zimbabwe, entre outros.

Na minha Tese de Mestrado realizei um estudo exploratório do EPQ-R, tendo como ponto de partida uma amostra de 151 sujeitos portugueses de diferentes idades e de ambos os géneros. Os resultados sugerem boas indicações para futuros estudos. Na análise factorial foi possível extrair os factores “Mentira” e “Neuroticismo”. Ao nível da fiabilidade as escalas “Psicoticismo” e “Mentira” revelaram resultados satisfatórios e as escalas “Extroversão” e “Neuroticismo” apresentaram uma boa fiabilidade. No que respeita à sensibilidade, o EPQ-R exibiu bons valores de curtose e assimetria.

Apesar da amostra estudada ser limitada, é minha convicção que este estudo possa ser um estímulo para uma futura aferição do EPQ-R na população portuguesa, podendo revelar-se uma alternativa válida a outros testes de personalidade já aferidos, como o famigerado NEO-PI-R.